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sábado, 26 de dezembro de 2009

Ainda em clima de Natal...


Stephenie Meyer, a adorada por alguns e odiada por outros, autora da série Crepúsculo, escreveu um conto de Natal que achei bem interessante.
É simples, e talvez por isso seja tocante. Uma cena do cotidiano, que mostra algo que venho escutando do meu pai há muito tempo: "Não devemos deixar passar as oportunidades de amar". No caso da história, são as oportunidades de ajudar, de fazer o bem. Vale a pena tirar uns minutinhos pra ler...


Herói no Supermercado

Histórias de Natal acontecem nos lugares mais comuns. Fui parte de uma, há não muito tempo atrás, no supermercado. Espero nunca me esquecer dela, embora a lembrança seja agridoce.

Estava fazendo compras por cerca de uma hora quando cheguei na fila do caixa. Meus dois filhos mais novos estavam comigo, o de 4 anos se recusando a segurar no carrinho, o de 2 anos tentando escalar as grades para pular para fora e brincar com seu irmão. Ambos ficavam cada vez mais chorões e barulhentos à medida que eu tentava mantê-los sob controle, então eu estava procurando a fila mais rápida possível. Eu tinha duas opções. Na primeira fila havia três clientes, e todos tinham poucas mercadorias. Na segunda fila havia apenas um homem, um jovem pai de cabelos grandes com seu próprio bebê chorando, mas seu carrinho estava lotado de produtos.
Rapidamente olhei para a fila de três pessoas novamente. A mulher na frente era bem velhinha, cabelos brancos e ralos, e suas mãos estavam tremendo enquanto ela tentava sem sucesso abrir sua grande bolsa. Na outra fila, o jovem pai estava jogando suas comidas na esteira do caixa na velocidade do super-homem. Fiquei na fila atrás dele.
Foi a escolha correta. Pude começar a descarregar minhas compras antes que a velhinha tivesse sequer terminado de pagar. Meu filho de 4 anos estava puxando umas balinhas da prateleira, e o menor estava tentando ajudar jogando latas de sopa em mim. Sentia que não conseguiria sair desse supermercado rápido o suficiente.
E então, acima do som de canções natalinas do supermercado, ouvi a caixa do outro lado falando alto, alto demais. Dei uma olhada enquanto minhas mãos continuavam a trabalhar.
“Não, sinto muito,” a caixa estava quase gritando com a velhinha, que parecia não entender. “O cartão não funciona. Você está acima do limite. Você tem alguma outra forma de pagar?” A pequenina senhora piscou para a caixa com uma expressão confusa. Não só suas mãos estavam tremendo agora, seus ombros também. A funcionária adolescente revirou os olhos e suspirou.
Enquanto eu apanhava uma lata de sopa segundos antes de atingir meu rosto, pensei comigo mesma: “Nossa, eu realmente escolhi a fila certa! Aqueles três vão ficar ali para sempre.” Eu estava orgulhosamente satisfeita quando meu caixa começou a passar minhas comidas.
Mas a mulher sorridente bem atrás da velhinha teve uma reação diferente. Silenciosamente, sem fanfarras, ela se moveu para o lado da senhora idosa e passou seu próprio cartão de crédito no leitor.
“Feliz Natal,” ela disse calmamente, ainda sorrindo.
E então todos ficaram quietos. Até mesmo meus bagunceiros filhos pararam, sentindo a mudança na atmosfera.
Levou um minuto para a senhora mais velha entender o que tinha acontecido. A caixa, seu rosto pensativo, hesitou com o recibo na mão, sem ter certeza a quem entregá-lo. A mulher sorridente o pegou e colocou-o na bolsa da velhinha.
“Não posso aceitar…” a velhinha começou a protestar, com lágrimas se formando em seus olhos.
A mulher sorridente a interrompeu. “Eu posso me permitir isso. O que eu não posso me permitir é não fazer isso.”
“Deixe-me ajudá-la,” a repentinamente respeitosa caixa insistiu, pegando a cesta e também tomando o braço da velhinha, da forma como ela teria ajudado sua própria avó.
Observei o caixa na minha fila pausar antes de pressionar a tecla de total para enxugar o canto de seu olho com um lenço de papel.
Depois de pagar minhas compras e pegar minhas crianças, saí da loja antes da mulher sorridente. Eu tinha feito a escolha certa das filas, parecia.
Mas enquanto eu andava sob a luz do sol brilhante de dezembro, eu não estava pensando na minha sorte, mas no que eu não podia permitir.
Eu não podia me permitir pensar de modo egoísta.
Eu não podia permitir que meus filhos aprendessem lições de compaixão somente de estranhos.
Eu não podia me permitir estar tão distante do espírito de Cristo em nenhum momento do ano – especialmente durante essa grande época de doação.
Eu não podia permitir que outro estranho, outro irmão ou irmã cruzasse o meu caminho precisando da minha ajuda sem fazer nada em relação a isso.
E é por isso que eu espero nunca esquecer da heroína do Natal no supermercado. Da próxima vez que eu tiver a chance de ser aquele tipo de heroína, eu não posso me permitir perder a opotunidade.


Tradução: Equipe Foforks

2 comentários:

  1. Assim que eu quero ser quando crescer! E espero que o brilho nos meus olhos nunca se apaguem *-*

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  2. Muito obrigada pelo elogio Giovanna :D
    ficamos muito felizes \o

    :*

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